Com 2, 2 milhões de seguidores nas redes sociais, Adélia Soares afirma ser especialista em contrato e advogada estratégia para soluções jurídicas de influenciadores e artistas. A advogada da influencer digital Deolane Bezerra foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa.
No inquérito da Polícia Civil do DF, Deolane Bezerra não é citada. A investigação aponta que Adélia abriu uma empresa para que um grupo chinês operasse jogos ilegais no Brasil.
Nas redes sociais, Adélia Soares afirma ser especialista em contratos e advogada estratégica para soluções jurídicas de influenciadores e artistas. Ela publica postagens como “a responsabilidade do influenciador digital”, “como se proteger de golpes”, e ainda, “como fazer sorteios e divulgar rifas sem ser preso em 2024”.
As publicações na internet também falam sobre as postas em jogos de azar.
“Uma enorme parte dessas rifas e sorteios, por mais que tenha cara de legalidade, são ilegais”, é o que explica Adélia em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Empresa operava jogos ilegais
Adélia Soares é suspeita de ajudar grupo chinês a operar jogos ilegais no Brasil
De acordo com o documento da Junta Comercial de São Paulo, Adélia é a administradora e representante legal da empresa Playflow, com sede na cidade de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo.
A Playflow tem sociedade com a empresa Peach Blossom que, segundo o documento, fica nas Ilhas Virgens Britânicas. O Fantástico foi até o endereço da empresa no Brasil, em Suzano, e não encontrou ninguém relacionada à empresa.
A investigação começou no Distrito Federal, depois que um funcionário da limpeza de uma delegacia da Polícia Civil foi vítima de um golpe. Foram transferidos R$ 1.800 da vítima para a conta bancária da empresa Playflow. A vítima fez uma denúncia, e a polícia descobriu como os sites de apostas funcionavam e qual o caminho do dinheiro.
Segundo o delegado do caso, Adélia Soares usou documentação falsa para abrir a empresa.
“Para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil há uma série de regulamentações. O contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, apostilamento da Haia, nada disso foi feito. É uma empresa ideologicamente falsa”, diz o delegado Érick Sallum.
Como funcionava o esquema?
O apostador entrava na internet e procurava um site de aposta.
Para jogar, ele fazia o pagamento via pix.
A Playflow recebia essa transferência e enviava os valores para uma instituição de pagamento.
Depois, o grupo criminoso pegava este dinheiro e mandava para uma casa de câmbio, que enviava os valores para fora do país.
Só que para isso, eles precisavam de CPFs de brasileiros, e usavam dados de pessoas que já morreram, de crianças e até nomes de pessoas que nem sequer existem.
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