O homem que baleou quatro pessoas e manteve três delas reféns em uma loja de celulares de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, atirou para matar as vítimas, e só não disparou mais durante a ação porque já estava sem munição.
A informação foi divulgada pelo delegado Marcus Vinícius Oliveira, coordenador regional da Polícia Civil (PC), nesta sexta-feira (20), um dia após o crime. Segundo ele, os policiais que negociaram a rendição só descobriram a falta de balas quando o homem se entregou.
Durante o ataque, apenas o sócio proprietário do estabelecimento conseguiu fugir do cárcere, após entrar em luta corporal com o criminoso. Duas funcionárias e uma cliente ficaram mais de 4h sob o poder do suspeito.
Conforme detalhes passados ao g1 pelo delegado, todos os feridos foram atingidos no tórax, que é uma das regiões mais sensíveis do corpo. Foram mais 9 tiros disparados contra as vítimas.
“Nós podemos verificar que ele tinha consciência do que ele estava fazendo, inclusive nós descobrimos somente após a retirada das vítimas do lugar que ele não só atirou na entrada, como também depois que elas já estavam no cárcere, demonstrando uma crueldade no ato. Acreditamos também que elas não vieram a óbito porque as munições acabaram. A intenção deles era de matá-las”, disse o delegado Marcus Vinícius Oliveira.
O empresário, que não teve o nome divulgado, recebeu atendimento médico e passa bem. Já as mulheres seguem internadas no Hospital Geral de Vitória da Conquista. Elas foram identificadas como:
Letícia Moura – funcionária – baleada no tórax e pernas
Franciele Viana – funcionária – baleada no tórax e em uma das pernas
Thayane Oliveira Dias – cliente – baleada no tórax e no pé
Letícia passou por duas cirurgias e foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Franciele está na sala de trauma esperando pelo procedimento cirúrgico. Já Thayane está em estado gravíssimo, em coma induzido. A família da jovem está abalada.
“Muita dor. Só aquele lá de cima para nos confortar, porque não está sendo fácil. É a única filha que eu tenho está em uma situação dessa”, disse Clóvis Oliveira, pai de Thayane, em entrevista à TV Sudoeste, afiliada da Rede Bahia na região.
Ainda não se sabe o que motivou a ação, porque o suspeito, identificado como Natanael Santos da Silva, ficou calado durante o depoimento.
O homem foi transferido para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista, onde segue à disposição da Justiça. Ele foi autuado pelos crimes de sequestro e cárcere privado, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. G1 BAHIA