A deputada Fabíola Mansur (PSB) apresentou, na Assembleia Legislativa, moção em que rebate a declaração xenofóbica e racista feita pelo vereador gaúcho de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel. O parlamentar usou a tribuna da Câmara da sua cidade para questionar a repercussão do caso em que trabalhadores, maioria composta de baianos, foram resgatados em situação análoga à escravidão em vinícolas no município de Bento Gonçalves (RS).
No documento, a legisladora lembra que Fantinel declarou: “baianos são sujos e sabem apenas tocar tambor e danças”. De acordo com Fabíola, “é impossível tolerar esse tipo de comportamento”. Ela reforçou o fato de a Bahia ser uma terra de gente trabalhadora e alegre.
“O que vinha acontecendo naquela região é inadmissível e precisa ser punido para que jamais aconteça, em canto nenhum do Brasil. Mais de 200 pessoas foram resgatadas de um alojamento onde eram submetidas a trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva para as vinícolas. Sandro Fantinel pediu que empresas ‘não contratem mais aquela gente lá de cima’, fazendo referência a baianos. É inaceitável saber que existem brasileiros capazes de defender a crueldade humana com tanta sordidez”, bradou a parlamentar.
Fabíola Mansur afirmou ter certeza de que o discurso “xenófobo, sórdido e condenável” do vereador de Caxias do Sul contra os baianos não representa o povo do Rio Grande do Sul. “Não é possível aceitar calada esse ódio, intolerância e desrespeito de setores da nossa sociedade na política brasileira. Trabalho análogo à escravidão na Serra Gaúcha é uma vergonha para o Rio Grande do Sul, para o Brasil e para o mundo”, frisou.
A deputada lembrou que um parlamentar não tem salvo conduto para cometer crime de ofensa ao povo baiano, e defendeu que todas as medidas cabíveis sejam tomadas.
ALBA