Uma advogada foi presa na manhã desta quinta-feira (17), em Feira de Santana, durante a Operação Skywalker, deflagrada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), com apoio da Polícia Civil da Bahia e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Em entrevista ao Acorda Cidade, a delegada e coordenadora adjunta da Polícia Civil, Klaudine Passos, informou que o mandado de prisão foi cumprido na residência da suspeita, em um bairro da cidade, cujo nome não foi divulgado. Além da advogada, outra pessoa também foi detida.
Ainda de acordo com a delegada, por se tratar de uma profissional da advocacia, foi providenciada uma sala de Estado Maior no Complexo Policial, conforme prevê a legislação. A delegada informou que a advogada será encaminhada à audiência de custódia e, caso a Justiça decida pela manutenção da prisão preventiva, ela será transferida para o Conjunto Penal de Feira de Santana.
Sobre o crime investigado, a delegada preferiu informar que se trata de uma apuração conduzida pelo Draco, em Salvador, que envolve organização criminosa.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi comunicada da prisão e acompanhou o procedimento na delegacia.
O advogado de defesa da advogada, Caio Vitor Menezes, afirmou ao Acorda Cidade que a prisão preventiva foi decretada por um juiz plantonista, em substituição à 2ª Vara Criminal de Feira de Santana. Segundo ele, até o momento a defesa não teve acesso à íntegra da denúncia nem ao relatório final do inquérito conduzido pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).
Advogado Caio Menezes
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Ainda não tivemos acesso ao conteúdo da denúncia e tampouco ao relatório da Polícia Civil. O que se sabe é que os fatos estão relacionados a questões financeiras, mas tudo ainda de forma muito superficial”, afirmou o advogado.
Ele também relatou que, até o momento, não conseguiu manter contato com a cliente. “Ela está custodiada na carceragem da Polícia Civil, mas a defesa ainda não teve a oportunidade de conversar com ela.”
De acordo com o advogado, a prisão é considerada “injusta” e “excessiva”. “Pelo que sei, trata-se de uma profissional com conduta retilínea. Acreditamos que uma medida cautelar menos extrema seria mais adequada. Mas é uma decisão judicial, e decisão judicial se cumpre”, declarou.
Para ele, a decretação da prisão foi precipitada, especialmente por ainda não haver ação penal formalizada. “Como advogado criminalista, sempre consideramos a prisão preventiva prematura quando ainda não há sequer o recebimento da denúncia. A privação de liberdade, antes da formação de culpa, é uma medida extrema”, argumentou.