Versátil, acessível e altamente nutritivo, o ovo é reconhecido como um dos alimentos mais completos da natureza e um importante aliado da saúde. Depois de décadas de controvérsias, estudos recentes têm confirmado seu alto valor nutricional e sua contribuição essencial para o bom funcionamento do organismo, tornando-o uma opção segura e recomendada para todas as idades. No Brasil, o consumo do alimento tem crescido continuamente. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cada pessoa consome, em média, mais de 250 ovos por ano, resultado direto da praticidade no preparo e do reconhecimento cada vez maior de seus benefícios à saúde.
Um estudo australiano com 8.756 participantes com 70 anos ou mais, parte do ASPREE Longitudinal Study of Older Persons (ALSOP), conduzido pela Universidade de Monash e publicado no periódico Nutrients, mostrou que o consumo regular de ovos, de uma a seis vezes por semana, está associado a uma redução de 29% no risco de morte por doenças cardiovasculares e 15% na mortalidade por todas as causas, em comparação a quem raramente ou nunca os consome. Entre idosos relativamente saudáveis, o consumo moderado pode, portanto, contribuir para uma vida mais longa e uma melhor saúde cardiovascular.
Rico em proteínas de alta qualidade, vitaminas, minerais e gorduras boas, o ovo oferece um pacote nutricional de alto valor biológico. Cada unidade contém cerca de 6 gramas de proteína, além de vitaminas A, D, E e do complexo B, e minerais como fósforo, ferro, zinco e selênio. Também é uma das melhores fontes naturais de colina, nutriente fundamental para a memória, o metabolismo e a saúde do cérebro.
Segundo o professor de Nutrição do Centro Universitário Afya Itaperuna, Diego Righi, o ovo é um exemplo de alimento completo, que pode estar presente em qualquer refeição do dia. “Durante muito tempo o ovo foi injustamente visto como vilão do colesterol. Hoje sabemos que, consumido de forma equilibrada, ele é um grande aliado da saúde. Sua combinação de proteínas, vitaminas e gorduras boas ajuda na construção muscular, na imunidade e até na saúde dos olhos, graças à presença de antioxidantes como a luteína e a zeaxantina”, explica o professor.
Por décadas, o ovo foi associado ao aumento do colesterol por conter colesterol na gema. No entanto, revisões científicas recentes mostram que o impacto do colesterol dietético sobre o colesterol sanguíneo é muito menor do que se acreditava, especialmente em pessoas saudáveis. De acordo com Righi, “o consumo regular e moderado de ovos não está associado ao aumento do risco cardiovascular; pelo contrário, pode até ajudar na prevenção, devido à ação antioxidante e anti-inflamatória de nutrientes como a luteína e a zeaxantina”.