A Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) oficializou nesta terça-feira, 4, as empresas vencedoras da licitação de construção do VLT (veículo leve sobre trilhos) de Salvador, após a superação da fase de recursos do Edital. A obra será dividida em três trechos e cada um deles terá um consórcio como responsável pela sua construção, com um custo abaixo do estimado pelo governo do estado no lançamento do projeto.
O vencedor do primeiro lote do VLT, correspondente ao trecho entre a região da Calçada, em Salvador, e Ilha de São João, em Simões Filho, foi o Consórcio Expresso Mobilidade Salvador, formado pelas empresas Álya Construtora S.A., Metro Engenharia e Consultoria Ltda., e MPE Engenharia e Serviços S.A., que atingiram a nota máxima na avaliação técnica da CTB e propuseram um custo de R$ 1.418.231.801,21 para a construção.
Para o trecho entre os bairros de Paripe, no Subúrbio Ferroviário, e de Águas Claras, no miolo de Salvador, as empresas vencedoras foram a CETENCO Engenharia S.A., a AGIS Construção S.A., e a CONSBEM Construções e Comércio Ltda., que se juntaram em um consórcio que obteve a melhor nota técnica e apresentou o menor preço na disputa do segundo lote: R$ 1.084.000.000,00.
No terceiro lote, que compreende o trecho entre Águas Claras e a orla de Piatã, o vencedor foi o consórcio composto pelas empresas Mota Engil Engenharia e Construção S.A., Obrascon Huarte Lain S.A., e MEIR Serviços e Construções Ltda., que também receberam a melhor nota técnica na avaliação da CTB e propôs o menor preço para a obra: R$ 791.427.436,88.
No total, o governo da Bahia terá que desembolsar R$ 3.293.659.238,09, o que representará uma economia superior a R$ 300 milhões, em comparação ao custo que era estimado pela gestão estadual no lançamento do Edital, em dezembro de 2023. Na época, a expectativa era de uma obra no valor de R$ 3,6 bilhões.
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Os consórcios selecionados já foram convocados para a assinatura de seus contratos com o governo da Bahia, visando a construção do novo modal de transporte. Com a conclusão dentro do prazo da fase de seleção do processo licitatório, a expectativa da gestão estadual é que as obras se iniciem já no próximo mês, cumprindo o estabelecido no cronograma do Edital.
O resultado foi uma demonstração da retomada de uma das empresas mais atingidas pela Operação Lava Jato: a antiga Queiroz Galvão, hoje conhecida como Álya Construtora. A empresa será uma das responsáveis pela construção do primeiro lote.
Por outro lado, o Edital foi uma derrota para outras gigantes da construção civil também atingidas pela Lava Jato, como a Novonor (antiga Odebrecht), que disputou o segundo lote; e a Andrade Gutierrez, que concorreu através de sua subsidiária AG Construções e Serviços S.A. pelo terceiro lote.
O governo da Bahia ainda não adquiriu os trens que serão necessários para a circulação do modal, mas já tem negociações próximas da conclusão com a gestão estadual do Mato Grosso, para adquirir os 280 vagões semi-novos que nunca foram utilizados pelos mato-grossenses. O custo do equipamento está estimado em aproximadamente R$ 700 milhões.
A previsão de conclusão das obras do primeiro trecho do VLT de Salvador é para junho 2027. Já para os trajetos correspondentes aos lotes 2 e 3 da licitação, a estimativa é de término apenas em agosto de 2028.