Depois de o vereador Átila do Congo (PMB) falar que mulheres que denunciam agressões são irresponsáveis, as parlamentares da Câmara Municipal de Salvador (CMS) se juntaram contra o edil para defender a igualdade de gênero no Legislativo.
A confusão começou depois de Átila ter dito que a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) estaria se vitimizando na Câmara, durante votação da LDO 2025.
Com a confusão, o presidente da Casa, Carlos Muniz, concedeu o direito de fala à todas as parlamentares que pediram questão de ordem contra Átila.
“Eu considero o colega, mas não poderia deixar de falar e estar ao lado da minha colega, como mulher. Nessa casa somos, sim, vítimas, porque não temos atendimentos necessários como deveria. Em muitas secretarias somos tidas como chacota. Precisamos para com essa de que é vitimismo. Somos mulheres, somos guerreiras, estar nos espaços e ser respeitadas. Aqui é uma fala de uma mulher de que sabe o que é ser agredida, enforcada, de sofrer violência doméstica durante 10 anos, mas graças a Deus ele me trouxe até aqui para defender as mulheres das mãos dos opressores”, disse Débora Santana.
“Gostaria de perguntar ao vereador que falou quer as mulheres se dirigem às delegacias para presatrem queixas infundadas se ele se encontra nos momentos de agressões. Como homem o senhor se prestar a uma fala como essa…Eu fui criada numa casa onde meu pai colocava a arma na cabeça de minha mãe e só não denunciava por causa de hoemens como o senhor, machistas, que desacreditam da vida que nós passamos. Quando o senhor for falar sobre mulher, o senhor tem que mesntruar e entender o que nós representamos”, afirmou a vereadora Ireuda Silva.
A vereradora Roberta Caíres também se associou às colegas de bancada e fez críticas ao vereador Átila do Congo.
“Eu acho que ficou muito claro o posicionamento do vereador Átila do Congo, ficou evidente o que ele pensa sobre as mulheres e o que pensa sobre a justiça. Eu queria deixar uma pergunta se os homens estão sendo presos injustamente. Se as mulheres estão indo nas delegacias denunciarem, qual seria o tipo de justiça que o senhor acredita e segue? Eu tenho muitas diferenças ideológicas da vereadora Laina, da vereadora Marta, mas o que nos une é a causa das dores. Eu gostaria de chamar a atenção dos 34 outros vereadores homens que estão aqui e até agora e nenhum se manifestou em relação à sua fala, ou há uma conivência”, questionou Caíres.
Em seguida, a vereadora Cris Correia também aproveitou o tempo de fala para se posicionar.
“[…] Essa arbitrariedade que o nosso colega Átila falou de que as mulheres estão indo prestar queixa injustamente e talvez equivocadamente. Quero falar da violência política que sofremos nessa Casa. Porque todas as vezes que vamos defender os nossos direitos somos atacadas dizendo ‘não venha com esse vitimismo, fazer cena ou teatro’. Neste ano, nós apresentamos um projeto para a criação da bancada feminina nesta Casa e o presidente nos garantiu que botaria em votação, mas o vereador Átila do Congo foi um dos que votaram contra o nosso projeto. Ele e alguns”, disse Cris.
Fonte: A Tarde