Início de temporada desastroso, segundo semestre para correr atrás do prejuízo. Ano após ano, esse roteiro no Vitória tem se repetido. Quatro anos sem passar de fase no Baianão somados a campanhas sofridas, incluindo o próprio acesso para a Série B no ano passado. O começo desta vez parecia diferente, com dois triunfos e a classificação na pré-Copa do Nordeste, mas logo seguiu o percurso recorrente.
O Leão está na zona de rebaixamento, na nova colocação, e ainda não venceu no Campeonato Baiano, com apenas um ponto, fruto do empate contra o Bahia de Feira na primeira rodada. Tampouco tem mostrado um futebol convincente à altura das disputas que enfrentará daqui para frente. Perdeu vergonhosamente dois jogos, sofrendo 7 gols em duas partidas para equipes do interior da Bahia, uma delas até então lanterna do estadual. Eis, portanto, a questão: o que fazer diante desse cenário?
Uma mudança de técnico chegou a ser cogitada. Conforme divulgado por A TARDE, o presidente Fábio Mota, junto com outros integrantes da diretoria do clube, se reuniu ontem com o técnico João Burse para avaliar o momento e traçar o futuro da equipe com um plano de ação mais concreto.
A escolha foi pela permanência e um dos motivos são os números positivos do treinador no Leão. Em 19 jogos como comandante rubro-negro, a equipe venceu nove partidas, empatou sete e perdeu três. Além disso, a subida heróica na última fase da Série C em 2022 conta como argumento favorável à continuação do trabalho do jovem treinador, de 40 anos.
Após as últimas partidas contra Itabuna e Juazeirense, o técnico assumiu a responsabilidade e falou da urgência de reverter essa situação.
Recuperar a confiança
Na última quarta-feira, ainda em Juazeiro, Burse disse que iria buscar corrigir os erros. “Está faltando a gente voltar a jogar, competir, coisas que a gente faz normalmente. A gente tem que se juntar novamente, ajustar, treinar para voltar a ter confiança. É um momento difícil para todos nós”, falou.
O comandante do Leão falou do fato que vem se repetindo. Quando a equipe sofre gols, tem dificuldade para se reerguer para mudar o placar.
O comandante do Leão falou do fato que vem se repetindo. Quando a equipe sofre gols, tem dificuldade para se reerguer para mudar o placar.
“Saímos ganhando e sofremos empate. Temos tomado gols e parado de jogar, então tem sido uma tônica em todos os jogos. É preciso levantar a cabeça e continuar trabalhando para reverter isso. A gente sabe da nossa responsabilidade e estamos incomodados com a situação”, afirmou.
Do ponto de vista da organização do clube, o ambiente parece melhor do que em tempos recentes. Não há aparente crise interna ou insatisfação no elenco e o técnico conhece bem o clube e o próprio Baianão. Até a dificuldade de regularização de jogadores, decorrente de punição da Fifa, já foi resolvida e o time já tem à disposição as principais contratações.
Esse é um outro aspecto importante. Ao contrário dos últimos anos, o Vitória conseguiu fazer boas contratações. Trouxe o atacante Léo Gamalho, um goleador de Série A e experiente na segunda divisão, com a marca impressionante de 44 gols marcados nas últimas duas temporadas, e Osvaldo, que, embora não esteja em sua melhor forma física e técnica, pode ajudar. Uma novidade possível para a próxima partida é a presença do atacante Nicolás Dibble, que ontem teve a publicação da sua regularização no Boletim Informativo Diário da CBF (BID).
O clube preservou jogadores que se destacaram no ano passado, a exemplo do atacante Rafinha, dos volantes Léo Gomes e Dionísio (atualmente lesionado) e do goleiro Dalton, e buscou reforços, ainda insuficientes, para o setor defensivo – um dos pontos fracos da equipe.
O Vitória voltar a jogar no sábado, na estreia na Copa do Nordeste, contra o Santa Cruz, às 17h30, no Barradão, e precisa apresentar uma outra postura. É urgente uma reorganização da equipe, nos treinos, e mais contratações, sobretudo no meio e na zaga, para melhorar tanto o sistema defensivo e a marcação, que falharam nos últimos jogos, como a transição ao ataque e a capacidade de reação do time.
Fonte: atarde