O advogado José Geraldo Lucas Júnior, acusado de matar o barbeiro Lucas Souza de Araujo, em Salvador, foi condenado a quinze anos e dois meses por homicídio duplamente qualificado, na tarde desta sexta-feira (11), mais de quatro anos depois.
Vídeo flagra momento em que advogado atira e mata barbeiro que defendeu esposa de assédio em Salvador
A decisão foi tomada após dois dias de Júri Popular. As sessões aconteceram no Fórum Ruy Barbosa, no centro da capital baiana. Foram cerca de 16h de análise do caso até a decisão. O réu ficou calado e com a cabeça baixa durante a maior parte do tempo.
“A defesa estava perdida. Ela não tinha argumentos. O vídeo era claro, ele a todo momento se posicionando contra os envolvidos, e, naquele episódio final, ele sacou a arma e atirou, querendo matar o Lucas, e hoje a Justiça hoje foi celebrada”, disse Marcus Rodrigues, advogado de acusação.
Segundo apurou a TV Bahia, o advogado deve cumprir a sentença em regime fechado. O g1 procurou a defesa de José Geraldo, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Advogado José Geraldo Lucas Júnior é suspeito de matar barbeiro em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Advogado José Geraldo Lucas Júnior é suspeito de matar barbeiro em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
“A gente está satisfeito, porque a decisão espelha as provas dos altos. O conselho de doença muito maduro entendeu por bem condenar ele conforme a prova que foi produzida durante todo o processo”, afirmou o Vinicius Dantas, advogado de acusação.
O advogado foi preso em fevereiro deste ano, depois de descumprir os termos da prisão domiciliar. Na ocasião, ele chegou a ser considerado foragido por três meses, antes de se entregar.
No entanto, pouco tempo depois, o advogado teve a prisão domiciliar concedida novamente, com monitoramento de tornozeleira eletrônica, para aguardar o julgamento. Agora, ele deve voltar ao sistema prisional.
“Estou me sentindo muito aliviada, porque foram 4 anos de sofrimento e injustiça, mas hoje a gente teve a resposta. Deus agiu. Para mim é um novo recomeço para minha vida e para a vida da minha família”, contou Marisa Monteiro, viúva.
Relembre o caso
Barbeiro foi morto em 2021, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
Barbeiro foi morto em 2021, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
👉 Lucas foi morto a tiros no final da noite do dia 24 de janeiro de 2021. Ele estava em um bar na região do Imbuí acompanhado da esposa, do irmão e da cunhada.
👉 As investigações apontaram que no momento em que a companheira e a cunhada foram ao banheiro, o advogado José Geraldo e o amigo Jeã Silva assediaram as duas mulheres.
👉 Lucas viu a situação e foi tirar satisfação com o advogado. Momentos depois, José Geraldo caminhou até a mesa em que a vítima estava com a família, iniciou um tumulto e atirou nele.
👉 Câmeras de segurança registraram o momento do crime.
Câmeras de segurança registram momento em que um homem é morto a tiros no Imbuí
👉 O corpo de Lucas foi sepultado na cidade de Santa Inês, a cerca de 310 km de Salvador, em 26 de janeiro de 2021. No mesmo dia, as prisões temporárias do suspeito e do amigo dele foram decretadas pela Justiça.
👉 Segundo o advogado da família de Lucas, o crime foi premeditado pelo suspeito, e que ele não tinha licença de porte de arma.
👉 José Geraldo teve a prisão preventiva decretada no dia 23 de fevereiro e confessou ter assassinado o barbeiro. Ele alegou que se sentiu ameaçado. O advogado estava na companhia de Jeã, que também foi indiciado. Ambos respondem pelo crime de homicídio.
👉 No dia 27 de julho de 2021, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) pediu a prisão domiciliar do advogado. A instituição alegou que José Geraldo estava preso em local inapropriado ao que solicita o estatuto do órgão, pelo fato do suspeito ser advogado.
👉 O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) converteu a prisão preventiva do advogado em domiciliar, no dia 5 de agosto de 2021.
👉 José Geraldo Lucas Júnior ficou foragido de 23 de novembro de 2024 até 10 de fevereiro de 2025, depois que a Justiça decretou a prisão preventiva por descumprimento da prisão domiciliar. Na ocasião, a defesa da vítima comprovou que o suspeito tinha feito diversas viagens, algumas para fora do estado.G1