Nesta terça-feira (6), o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, completa um ano de funcionamento. Nesse período, foram realizados, aproximadamente, três mil partos (uma média de 8,2 partos por dia), com cerca de 4.600 internações, contemplando ainda gestantes que fizeram algum tipo de tratamento ou passaram por alguma intercorrência que não fosse o parto. Com 105 leitos destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI neonatal, UTI Pediátrica e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, o Materno-Infantil funciona 24 horas, tem acesso por demanda espontânea, sendo referenciado por parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente R$ 40 milhões, entre obras e equipamentos.
“Regionalizar a assistência materno-infantil de alta qualidade é um compromisso do Governo da Bahia. Nos últimos oito anos, a Secretaria da Saúde (Sesab) investiu R$ 165 milhões na ampliação da assistência materno-infantil para casos de média e alta complexidade. Esse dinheiro foi aplicado em novos hospitais pediátricos e maternidades que levam a mais baianos e baianas atendimento especializado para tratamentos, internações, cirurgias, partos, entre outros serviços que antes não eram ofertados em todas as regiões do estado. Só entre 2021 e 2022, além do Materno-Infantil de Ilhéus, foram entregues três novos equipamentos de saúde em Jequié, Seabra e Salvador, além da requalificação da rede estadual já existente”, destaca a atual titular da pasta, Adélia Pinheiro.
O HMIJS atende às regiões de Ilhéus e Valença, no baixo-sul, totalizando 20 municípios do interior baiano. No entanto, a unidade já acolheu gestantes e bebês de 89 municípios da federação, sendo 69 da Bahia e 20 de outros estados, a exemplo do Espírito Santo, Pernambuco, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão. Os boletins estatísticos do hospital apontam para a realização de mais de 30 mil exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Já o número de consultas e atendimentos ambulatoriais ultrapassou a marca de 2.200. O número de recém-nascidos atendidos e internados na UTI Neonatal foi de 220.
UTI Pediátrica
Já em funcionamento, sob regulação, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica tem o perfil clínico, sendo composta por uma equipe multiprofissional com médicos intensivistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fonoaudiólogos e, dentre as especialidades oferecidas, estão neuropediatria, gastropediatria e nefrologia infantil.
Cuidados e humanização no atendimento
Das crianças nascidas no Hospital Infantil, 98% realizaram testes da triagem neonatal, a exemplo do teste do Pezinho, Linguinha, Ouvido e Coração. Todos estes são métodos para detecção precoce de doenças nos recém-nascidos e oportuniza ágeis intervenções para a continuidade do cuidado após a alta na maternidade. Na Unidade Interligada do Cartório de Registro Civil, instalada na unidade, foram emitidas 1.110 certidões de Nascimento gratuitas até o último dia 30. Todos os bebês também saíram da unidade com o Cadastro de Pessoa Física (CPF).
No período de um ano, diversas campanhas de humanização no atendimento foram colocadas em prática pela equipe gestora, a exemplo do Polvo Terapêutico – brinquedo de crochê, cujo objetivo é melhorar a frequência cardíaca e o índice de saturação de oxigênio nos bebês internados na UTI Neo. Outra iniciativa da equipe de humanização é a implantação da rede adaptada ao tamanho do paciente dentro da incubadora, que ajuda a criança a adquirir uma posição mais confortável, simulando a posição intrauterina. Cursos de arteterapia e experiências com aromaterapia também foram disponibilizados às puérperas cujos filhos permaneceram internados.
Visitas guiadas apresentam, semanalmente, a estrutura do hospital às gestantes, com explicações sobre as possibilidades e condições oferecidas para o parto. Palestras sobre controle de natalidade ou até mesmo da convivência diária para as mães que aguardam a alta hospitalar são permanentemente realizadas. Vacinas e acompanhamentos de pré-natal de alto risco são feitos no ambulatório da unidade.
Consciência Ambiental
Situado em uma região referência da Mata Atlântica brasileira, o Hospital estabeleceu parcerias em defesa da sustentabilidade. Em 60 dias de campanha, mais de 500 mudas de pau-brasil foram doadas às crianças nascidas na instituição. Muitas deram o feedback com registros das plantações feitas nos quintais das residências. A campanha teve como objetivo sensibilizar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para a importância da valorização da vida e defesa do meio ambiente. A iniciativa uniu o projeto de extensão do Horto-Florestal, desenvolvido pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) numa parceria com a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS), gestora do hospital.
Recentemente, a FESF e a Cooperativa de Catadores Consciência Limpa (Coolimpa) assinaram um termo de cooperação e parceria visando o desenvolvimento de um programa de coleta seletiva para fins de reciclagem dos resíduos sólidos produzidos pelo hospital.
Educação profissional voltada ao indígena
Para fomentar os processos de formação da educação dos profissionais e de trabalhadores da saúde, o hospital incorporou à suas ações uma parceria com a Escola de Saúde Pública do Estado da Bahia para o recebimento de discentes provenientes das Universidades da região, na qual estudantes de duas ou mais profissões ou escolas distintas, trocam experiências e aprimoram a colaboração e qualidade dos cuidados e serviços.
O próximo passo a ser dado é transformar o HMIJS na primeira maternidade da Bahia a elaborar um plano de ação para a execução de um programa de incentivo da atenção especializada para os povos indígenas do estado. A unidade já atende, por mês, em média, 60 gestantes que se autodeclaram indígenas. Com a iniciativa, o atendimento ganhará qualificação na prestação do serviço, respeitando contextos interculturais, cuidados tradicionais e a presença de atividades de educação permanente nas aldeias, dentre outros importantes eixos, conforme previsto em Portaria do Ministério da Saúde. Na Bahia, existem 35 mil indígenas, de 20 etnias, distribuídos em mais de 130 aldeias. Juntos, eles representam 0,5% da população indígena do Brasil.
Fonte: Ascom/Sesab