Condenado por estupro na Itália, o ex-jogador Robinho, que atuou por Santos e Seleção Brasileira, disse que daria um soco na cara da vítima. A declaração aconteceu em 2014, enquanto ele estava no carro com o amigo Ricardo Falco (também condenado), em Milão, enquanto eles ainda eram acusados de estupro.
“A mina sabe que tu não fez porra nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘Porra, que que eu fiz contigo?’, disse Robinho.
O carro de Robinho já estava grampeado pela polícia e a declaração constou na denúncia que o Ministério Público italiano movia contra o jogador e cinco amigos dele. A gravação foi obtida com exclusividade pelo UOL, por meio da Justiça italiana e através de autorização judicial.
Robinho foi grampeado em janeiro de 2014, um ano após o crime, até abril do mesmo ano. As gravações mostram como os seis brasileiros envolvidos no caso mudaram suas versões ao longo de meses. Aos amigos, de acordo com a gravação, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, o que negou durante as investigações.
“Vamos chutar errado: ‘Ah, deu alguma coisa, descobriram que o Ricardo participou, que o Neguinho comeu a mina.’ ‘É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”Robinho, ex-jogador
Em 2020, Robinho manteve a sua versão oficial de que não fez sexo com penetração com a mulher que encontrou na boate de Milão e que todo o contato foi consensual.
Apesar disso, nas gravações ele admite que a vítima estava incosciente. “Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou”, disse Robinho. “Tem que ver quem transou com ela e como que era o estado dela. Ela tava muito louca”, afirmou o ex-jogador, em outro trecho.
Robinho e Falco foram condenados por estupro de grupo porque a Justiça considerou que a vítima estava inconsciente no momento do ato sexual. Ou seja, ela não tinha condições de consentir ou de se defender dos brasileiros. Os outros quatro amigos escaparam do julgamento porque deixaram a Itália logo depois do crime.
Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva e Rudney Gomes da Silva foram denunciados, mas nunca foram encontrados pela Justiça, e o processo deles não andou. Hoje todos vivem no Brasil.
“Ninguém vai dizer que vocês fez porra nenhuma com a mina, nem tu nem o Jairo. Pros moleque vai, pro Seu Claytinho, pro Seu Galan, pro Seu Alex. O Galan não, ele não fez nada, mas se a mina botou o nome dele, vou fazer o quê? Agora Claytinho, Rudney e Alex, tá morto”, diz Robinho.
O ex-jogador foi procurado pelo UOL para comentar os áudios, mas, de acordo com o site, preferiu não dar entrevistas.
Fonte: atarde – Foto: Ivan Storti | Santos FC