Com cerca de 30 mil doses disponíveis, a vacinação de crianças da faixa etária de 6 meses a 5 anos foi retomada, na manhã de ontem, em Salvador. A Bahia recebeu, no último sábado, cerca de 300 mil doses da vacina Pfizer Baby, que de forma fracionada, estão sendo entregue aos municípios. E o imunizante chegou em boa hora, pois enquanto os muitos dias de festa e aglomeração do Carnaval se aproximam, especialistas alertam: o grupo de maior risco, no momento, são os bebês e as crianças.
De acordo com o painel de Acompanhamento da Cobertura Vacinal Covid-19 da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), apenas 2,58% do público de 6 meses a 2 anos da Bahia tomou a 1º dose e 0,78% a 2º, e entre as crianças de 3 e 4 anos, apenas 20,66% tomaram a 1ª e 9,85% a 2ª dose. Os números melhoram um pouco com o público entre 5 e 11 anos, com 74,10% com a 1ª dose, no entanto, apenas 50,58% tomaram a 2ª dose em todo o estado.
“A vacinação do público etário de 6 meses a 2 anos começou em novembro e a nossa meta, pela quantidade de imunizantes disponíveis na época, era baixa, apenas 5%, mas apenas cerca de 3% foi aos postos e isso tem nos preocupado muito. Hoje, o grupo etário menos vacinado é o infantil. A espera pela vacina para crianças e o sucesso da vacinação dos adultos são algumas das razões por trás da baixa adesão. O sucesso da vacina nos adultos cria essa falsa segurança de que está tudo bem, mas a verdade é que a não vacinação cria aberturas para que as doenças voltem”, alerta a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Sesab, Vânia Rebouças.
A situação das vacinas infantis é um paradoxo, afirma a coordenadora, pois elas foram cobradas e exigidas por meses, mas agora que estão disponíveis, poucas pessoas estão levando os filhos aos postos. “Sabemos que a baixa hospitalização e a queda de casos graves da doença só foi possível graças à vacinação. Hoje são as crianças as menos vacinadas e caso sejam infectadas, há o grande risco de que elas cheguem ao estágio mais grave da doença”.
E esse foi o caminho escolhido pela autônoma Juciara Almeida que foi levar a pequena Jade de dois meses, para tomar as vacinas iniciais no USF Curralinho – que de acordo com a administração teve movimento intenso durante todo o dia. “A da covid ela ainda não pode, mas essa semana ainda vou trazer minha outra neta, de sete meses, para o pediatra e já vou entrar na fila para ela tomar a da Covid-19”, conta.
Coordenadora de imunização de Salvador da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Doiane Lemos explica que não podemos deixar de considerar os adolescentes, adultos e idosos com esquema vacinal em atraso. “Mas com certeza o grupo etário das crianças é o que está com a adesão mais baixa e mais expostas”, alerta. A tarde