Policlínicas Regionais de Saúde podem oferecer atendimento multidisciplinar a pacientes com transtorno do espectro autista. O entendimento é do deputado Laerte do Vando (PSC), que apresentou indicação na Assembleia Legislativa endereçada ao Governo do Estado reivindicando tal medida. “O protocolo é um trâmite regimental. Mas irei pessoalmente ao governador Jerônimo Rodrigues tratar dessa demanda que já é uma necessidade latente no interior de nossa Bahia”, informa o parlamentar.
Laerte do Vando sinaliza que a Indicação nº 26360/2023 tem por objetivo sugerir a instalação do serviço de atendimento a pacientes com espectro autista nas policlínicas, uma vez que o interior não dispõe de estrutura adequada para dar suporte tanto aos familiares quanto as próprias crianças com esse transtorno.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 10% de sua população diagnosticada com o transtorno do espectro autista (TEA). Pesquisas apontam o crescimento desse diagnóstico em todo mundo. O último levantamento do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos identificou que nos anos 1970 existia um único diagnóstico de autismo para cada 10 mil crianças. Já em 2022, esse número passou para um em cada 44 crianças.
Diante dessa realidade, Laerte do Vando identifica a necessidade da prestação de serviços públicos de saúde voltadas especificamente para esse público no interior.
“Se antes era um caso raro, o autismo hoje é uma realidade na convivência de qualquer brasileiro e é possível dizer que todo mundo conhece ou convive com uma criança ou jovem com TEA. Sendo assim, é muito comum que esses cidadãos circulem por espaços como unidades hospitalares. Mas o questionamento a se levantar é: esses espaços são adequados para recebê-los? Nos centros urbanos é possível que sim. Mas nas localidades mais remotas e distantes, um atendimento especializado não é a realidade”, destaca o parlamentar.
No documento, Laerte indica a criação de um tratamento multidisciplinar e abrangente. “Com um diagnóstico precoce de análise comportamental aplicada (ABA), é possível atender as necessidades específicas do autista, e assim encaminhar corretamente o paciente nessas unidades para tratamento neurológico, sociológico, nutricional, psicológico, de fonoaudiologia, fisioterapia, adequando-se assim as prioridades à realidade de cada indivíduo”.
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