As festas de final de ano seriam um motivo de maior distração e entretenimento, por parte dos pais e responsáveis, não fosse o dever dos adultos em relação aos cuidados com o bebê, especialmente quando se trata do teste do pezinho.
A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Salvador tem procurado ajudar no enfrentamento da desatenção, por ser este exame o melhor método, cientificamente comprovado, de verificação de ocorrência de doenças graves.
A divulgação da importância do Programa Nacional de Triagem Neonatal, no entanto, vem apontando para a redução do número de recém-nascidos nas estatísticas, conforme os dados fornecidos por hospitais e maternidades.
Entre janeiro e outubro de 2021, foram avaliados cerca de 134 mil, caindo para 126 mil no mesmo período deste ano, representando 14% a menos, um percentual significativo e sinalizador do péssimo desempenho do Ministério da Saúde.
A mesma negligência observada na gestão da pandemia e na vacinação para as diversas doenças é repetida neste procedimento de prevenção por meio da coleta de sangue das novíssimas e novíssimos brasileiros.
Quanto mais precoce o diagnóstico de alguma das sete doenças possíveis de detectar, maiores as chances de terapêutica bem sucedida, mas o Brasil tem produzido provas de flagrante perfeito de inépcia, incompetência e descaso.
Ao seguir a lógica inflexível de Estado mínimo, o país tem se permitido negligenciar nas campanhas de incentivo a uma população já carente de informações confiáveis, resultando neste lastimável contexto.
Devido à ancestral carência de acesso à educação, não são poucas as cidadãs e cidadãos a desconhecer a necessidade de certificarem-se da saúde do bebê, daí a relevância de uma campanha de comunicação massiva, mas não parece interessar ao governo federal.
As doenças detectáveis não apresentam sintomas no neném, daí a orientação dos especialistas para realizar a verificação entre o terceiro e o quinto dia de vida e sempre após 48 horas da primeira amamentação.