A Polícia Federal negociou uma solicitação de Alessandro Stefanutto, presidente demitido do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), em outubro do ano passado, informações a respeito de investigações sobre descontos irregulares de beneficiários do órgão. A informação é da Folha de SP.
No ofício enviado por Stefanutto em 7 de outubro de 2024 ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o ex-presidente do INSS afirmou que o instituto precisava desses dados tomando exceções contra as irregularidades relatadas na imprensa.
Na resposta, enviada pela PF cerca de cinco meses depois, o governo afirmou que, pelo fato das investigações relacionadas na reportagem terem sido conduzidas por outros órgãos, não poderia prestar tais informações.
O dirigente afirma que as suspeitas não recaem sobre ações do INSS e que não tratavam “de denúncia formal feita ao órgão”, mas destacou que as notícias veiculadas soavam níveis e causavam danos à imagem da autarquia previdenciária.
O ofício mencionou reportagens veiculadas no portal Metrópoles, a partir de julho de 2024, que noticiavam uma operação feita pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil do estado contra a Ambec (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos). Na última semana, uma entidade que foi um dos alvos da ação da PF que levou à demissão de Stefanutto.
O então presidente do INSS solicitou à Polícia Federal informações sobre aquela operação, além de “qualquer informação que essa autoridade entenda que possa ajudar esta autarquia a decisões fundamentais em processos administrativos investigatórios/sancionatórios”.
Na resposta, enviada pela PF cerca de cinco meses depois, a corporação afirmou que não poderia prestar tais informações, pois as investigações referidas nas reportagens foram conduzidas por órgãos estaduais.
O esquema veio a público com a Operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira, 23, pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com as investigações, os desvios originados de descontos ilegais em aposentadorias e pensões ocorreram entre os anos de 2019 e 2024, podendo chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme é estimado.
Assessores presidenciais informaram à CNN que o critério do presidente para afastamentos segue o mesmo: o surgimento de elementos graves ou a apresentação de denúncia formal pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ainda não há denúncia formal contra Lupi. A TARDE