Com 474 anos, Salvador já foi e é destaque em muitas áreas. Mas, em 2022, a capital baiana também se sobressaiu no ranking de maior número de empregos formais no mercado imobiliário. Entre as capitais nordestinas, a cidade dos soteropolitanos figurou na segunda colocação entre as que mais geraram postos de trabalho no setor. Foram cerca de 34 mil vagas com carteira assinada, segundo uma pesquisa realizada pela Bain Inteligência Estratégica em parceria com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).
Na Prima Empreendimentos, por exemplo, cerca de 1.300 novos profissionais foram contratados no ano passado, a maior parte deles em obras da construção civil. De acordo com o diretor de engenharia do grupo, Luciano Carneiro, a estimativa é que, neste ano, mais de 2.200 postos de trabalho sejam gerados com o lançamento de três novos empreendimentos na região de Baixios (Litoral Norte da Bahia) e dois em Salvador. Deste total de contratações, 40% devem ser para a capital.
“Historicamente já mantemos esse patamar de 2023. A partir de agora, a expectativa é sustentar esse canteiro. Salvador sempre foi uma das principais capitais do mercado imobiliário em termos de lançamento e isso se confirma nos números sobre mercado de trabalho”, afirma Carneiro.
Salvador ficou atrás apenas de Fortaleza, capital do Ceará, que teve cerca de 37 mil empregos com carteira assinada. Em contrapartida, figurou muito à frente da terceira colocada, Recife, com aproximadamente 26 mil. O desempenho de Salvador aconteceu apesar de um ano de retração no número de lançamentos e imóveis.
Segundo a Ademi, o mercado imobiliário baiano teve um recuo de cerca de 16% no ano de 2022. Mas a lógica de empregos obedece uma máxima específica do setor: o lançamento de hoje é o emprego do futuro. Por isso, mesmo com a queda no número de empreendimentos lançados, o mercado de trabalho na capital teve uma performance relevante por conta do desempenho positivo nos anos anteriores.
Para 2023, a expectativa, segundo Cláudio Cunha, presidente da Ademi, é de um crescimento de 5% no mercado. O reflexo disso nas vagas de trabalho só deve aparecer a médio prazo. “O ciclo imobiliário é longo. A fase de contratação de mão de obra se dá, em média, de 6 a 12 meses após os lançamentos, quando se iniciam as construções. Estamos, atualmente, colhendo os frutos do excelente desempenho apresentado ao longo de 2021”, esclarece Cunha.
Edson Cavalcante foi um dos profissionais contratados em 2022. Apesar de ter experiência na área de vendas, até então, ele não fazia parte do mercado imobiliário e, em novembro, passou a ocupar o cargo de gerente comercial na MRV. Junto com Edson, a construtora contratou, em 2022, outros profissionais para obra e setor administrativo, além de credenciar corretores autônomos.