A Bahia é o Estado com a maior vizinhança no país. Tem divisas com oito estados. Já o time do Bahia de 2023 parece estar preso no interior, tornando fronteiras em barreiras territoriais. Parafraseando uma expressão amplamente proferida pelos torcedores, o “Bahia é o Mundo” do Esquadrão até esse ponto da temporada. E precisa ampliar os seus limites para seguir vivo na Copa do Brasil, depois da partida contra o Camboriú, em Santa Catarina, às 19h de hoje, em que vai buscar o primeiro triunfo do ano em duelo com uma equipe de fora do estado baiano.
São apenas quatro jogos, com três derrotas – para Sampaio Corrêa, Fortaleza e Sport – e um empate – contra o Ferroviário -, mas o Tricolor precisa urgentemente acabar com esse jejum, primeiramente para passar para a terceira fase da Copa do Brasil, sem a necessidade de disputa de pênaltis, depois, porque o Brasileiro já está chegando e o time não terá um único adversário do Estado na competição.
Justamente na temporada em que a torcida se encheu de esperanças para sonhar com voos mais altos, com a chegada internacional do Grupo City, o Esquadrão tem resumido seus êxitos em dominar a Bahia, voltando a encarar o estadual, desdenhado em um passado recente, com mais competitividade, terminando como líder da primeira fase.
Até quando o triunfo veio nas outras competições da temporada foi contra equipes conterrâneas: frente a Atlético de Alagoinhas, na Copa do Nordeste, e Jacuipense, na Copa do Brasil.
E foi justamente a goleada contra o Jacuipense, por 4 a 1, na quarta passada, que classificou o Tricolor para a partida de hoje. Na estreia na competição, o Tricolor teve a melhor atuação no ano, com grande destaque para Cauly, Biel e Jacaré. Mas o nível não foi mantido no Ba-Vi. O treinador Renato Paiva poderá contar com o retorno do volante Acevedo, suspenso no clássico da Copa do Nordeste.
O adversário de hoje foi fundado em 2003 e é uma novidade na relação dos confrontos já disputados na história pelo Esquadrão.
No Campeonato Catarinense, faltando uma rodada para o final da primeira fase, o Camboriú está em décimo e ainda tem chance de se classificar entre os oito melhores. Ao mesmo tempo, entretanto, corre risco de rebaixamento.
O jogador mais perigoso do Camboriú é o atacante Calyson, com boa passagem pelo Ceará em 2018. No ano passado, ele participou da campanha do acesso do ABC à Série B e é o artilheiro da equipe em 2023, com quatro gols marcados no Catarinense.
Na primeira fase, quando a equipe do treinador Júnior Lopes eliminou o Manaus, o herói foi Gabriel Tonini, autor do único gol da partida. O meia Dudu Figueiredo, hoje experiente, com 31 anos, surgiu como uma promessa do Coritiba e jogou no Flu.
Novos estrangeiros
Dando continuidade à saga do Tricolor no mercado em busca de jogadores experientes para corrigir um problema evidente na montagem inicial do elenco, que foi a aposta quase total em jovens, surgiu um novo nome na mira tricolor.
O Bahia teria demonstrado interesse na contratação do atacante chileno Eduardo Vargas, do Atlético Mineiro. Ele tem 33 anos, com experiência em quatro edições da Série A.
No Atlético desde 2020, disputou o Brasileiro de 2013, pelo Grêmio. Foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil em 2021. O atacante também participou da Copa do Mundo de 2014, quando fez um gol em quatro jogos, e também de quatro Copas América, ganhando o título duas vezes. Hoje, o chileno tem dois gols em oito partidas na temporada de 2023 pelo Galo.
Outro estrangeiro na mira do Tricolor é o zagueiro Victor Cuesta, que está no Botafogo. O Bahia fez proposta ao Internacional para contratar o beque, que teria gostado da investida. O alvinegro agora precisaria cobrir a oferta para ficar com o argentino em definitivo. Aos 34 anos, ele é titular do Botafogo e tem bastante experiência. Como é naturalizado brasileiro, não ocuparia uma vaga destinada aos estrangeiros nos jogos.
O Bahia hoje conta com o argentino Mugni, o uruguaio Acevedo, o equatoriano Chávez, e o ´chinês´ Ricardo Goulart, contando como estrangeiros no elenco. O limite de atletas de outros países relacionados por partida no Brasil foi ampliado de cinco para sete.
ATarde